09/10/2019
1952: SELMAN WAKSMAN

Artigo escrito por:
Buffé, Rafael
Jaber, Sausan
Faculdade de Medicina, UPF.


Resumo:

O presente trabalho tem como objetivo mostrar qual foi o homenageado com o Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia no ano de 1952. Este sublime prêmio foi dado a Selman Abraham Waksman, um bioquímico especialista em microbiologia do solo, o qual inspirou-se em Alexandre Fleming para obter a estreptomicina, primeiro agente específico no tratamento da tuberculose. A estreptomicina foi uma das drogas que revolucionou o combate a tuberculose, doença oportunista que vitima milhões de pessoas todos os anos e que persiste no mundo todo.
Palavras-chave: Selman Abraham Waksman, Prêmio Nobel, estreptomicina, tuberculose.

Abstract:

The present work has as objective to show who was homaged with the Prize Nobel de Medicine or Fisiology in the year of 1952. This sublime prize was given to the Selman Abraham Waksman, a biochemist specialist in microbiology of the ground, which was felt inspired in Alexander Fleming to get the streptomycin, first specific agent in the treatment of the tuberculosis. The streptomycin was one of the drugs that the combat revolutionized the tuberculosis, opportunist illness that afect millions of people every year and that persists all in the world.
Keywords: Selman Abraham Waksman, Nobel Prize, streptomycin, tuberculosis.

Introdução:

A partir da descoberta da estreptomicina por Selman Waksman obteve-se o primeiro tratamento efetivo contra a tuberculose. Sua pesquisa realizada com os actinomicetos presentes no solo foi de grande importância para a humanidade, sendo tal importância reconhecida, recebeu em 1952 o Prêmio Nobel da Medicina ou Fisiologia. A utilização da estreptomicina é ainda hoje realizada em função de seu baixo custo, porém causa vários efeitos adversos. Com o desenvolvimento da farmacologia surgiram outras drogas que são atualmente utilizadas no tratamento da tuberculose, entre elas a izoniazida e a rifampicina. O presente trabalho destaca a importância dos trabalhos desenvolvidos por Waksman, o tratamento atual dado aos indivíduos tuberculosos, as dificuldades no tratamento, a abrangência que esta doença adquiriu em todo o mundo bem como a sua história, levando em consideração o número enorme de indivíduos infectados pela bactéria causadora no Brasil e o poder disseminante desta enfermidade.

Biografia:

Microbiólogo estadunidense que nasceu em Priluki, Ucrânia, especialista em microbiologia do solo, descobridor da estreptomicina (1944), primeiro agente específico efetivo no tratamento da tuberculose, e o primeiro a utilizar o termo antibiotic. Imigrou para os Estados Unidos (1910) e tornou-se cidadão estadunidense (1916). Estudou na Rutgers University, New Jersey, e na University of California, passando a trabalhar na a faculdade da Rutgers University, New Brunswick, NJ, onde foi nomeado professor e diretor do Instituto Rutgers de Microbiologia (1918). Chamado professor emérito de microbiologia e diretor emérito do Instituto de Microbiologia (1958), no qual ele era diretor desde sua criação (1949), também foi bacteriologista marinho no Woods Hole Oceanographic Instituition (1930-1942), microbiólogo em New Jersey Agricultural Experiment Station (1921-1954), e consultor para vários agências federais. Destacou-se como pesquisador em microrganismos do solo e no estudo de antibióticos, descobrindo e desenvolvendo vários destes agentes. A partir do isolamento da actinomicina (1941), letal para o bacilo da tuberculose, embora tóxica para os animais testados, extraiu do fungo Streptomyces griseus a estreptomicina, antibiótico relativamente inócuo para o homem, de excelentes resultados na luta contra a tuberculose quando combinado com a quimioterapia. Pela descoberta da estreptomicina, o primeiro antibiótico efetivo contra a tuberculose, foi agraciado com o Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina (1952). Escreveu mais de 20 livros, incluindo Enzimas (1926), Principles of Soil Microbiology (1927) e My Life with the Microbes (1954).
Pesquisas:
A partir do estudo de actinomicetos (bactérias filamentosas,similares a fungos ) dos solos Waksman desenvolveu um preparado antibiótico,  termo que criou em 1941, capaz de destruir o bacilo da tuberculose, que a penicilina destruía apenas parcialmente. Na década de 1940 , a equipe dirigida por Waksman isolou a actinomicina , letal para o bacilo da tuberculose, embora tóxica para os animais testados. Finalmente, em 1943, Waksman extraiu do actinomiceto a estreptomicina (Streptomyces griséus), um antibiótico relativamente inócuo para o homem, de excelentes resultados na luta contra a tuberculose quando combinado com a quimioterapia. A estreptomicina foi o primeiro fármaco a surgir com eficácia clínica no tratamento da tuberculose. A história da tuberculose só passou a  mudar  após a obtenção da estreptomicina por Waksman, em 1943, e dos demais fármacos desenvolvidos nos anos seguintes, capazes de combater o Mycobacterium tuberculosis. A descoberta da estreptomicina  foi um marco na cura da tuberculose, já que há pouco mais de 50 anos ,devido a ineficácia relativa da maioria dos tratamentos no que diz respeito à tuberculose, muitos tuberculosos eram isolados em sanatórios e afastados do convívio com seus familiares. Esses sanatórios eram verdadeiras pousadas nas montanhas. Com o passar do tempo os sanatórios foram utilizados para isolar os doentes dos saudáveis, tornando-se centros de tratamento para ricos e para pobres. A mortalidade, que alcançara a assustadora taxa de 500 por 100.000 habitantes na década de 40, despencou rapidamente, em particular nos países do Primeiro Mundo, onde na década de 60, chegou-se a acreditar na possibilidade da erradicação da doença. Existia uma lei francesa de 16 de dezembro de 1942, que preceituava que o oficial de estado civil procederia à publicação com vistas ao casamento após a apresentação, por parte de cada um dos futuros esposos, de atestado médico datado de menos de um mês, certificando que os mesmos haviam sido examinados para fins de contrair matrimônio. O atestado pré-nupcial só poderia ser emitido após a realização de radioscopia pulmonar e das reações de Bordet-Wassermann. Se o médico considerasse que a saúde do noivo não era compatível com o casamento, não lhe restava outra opção senão a de recusar-lhe o certificado e tentar convencê-lo a renunciar benevolamente ao seu projeto. Em tese, o casamento deveria ser formalmente proibido a todo tuberculoso evolutivo. A autorização para o casamento somente seria dada muito tempo após a cura e estava na dependência de exames clínicos, radiológicos, bacterioscópicos e do tipo de vida do futuro casal. O rigor da citada lei francesa visava proteger, principalmente, a futura mãe e evitar o aborto terapêutico, praticado nos casos de tuberculose de gravidade média, quando o pneumotórax era impossível ou ineficaz e as lesões mostravam sinais claros de agravamento no transcorrer da gestação. Além disso, o aleitamento pela mãe era, a princípio, proibido, e temia-se a crise social que viria a ocorrer caso houvesse aumento substancial do número de recém-nascidos órfãos ou simplesmente privados dos cuidados maternos. A estreptomicina é um aminoglicosídeo que hoje em dia não é tão usado no tratamento da tuberculose devido à sua toxicidade e ao desenvolvimento de estirpes resistentes.O efeito tóxico mais comum exerce-se sobre 8º par craniano assumindo geralmente a forma de lesão labiríntica podendo surgir hipoacusia e surdez. Pode também provocar febre, bloqueio neuromuscular e nefrotoxicidade.
Atualidade:
Cinco décadas depois de encontrada a cura para a doença, a tuberculose ainda mata mais pessoas do que qualquer outro germe isolado. Essa situação mostra com clareza a relação entre condições de saúde e as condições sociais de uma população. O microorganismo da tuberculose é estimado infectar 1.6 bilhões de pessoas em todo o mundo ou aproximadamente um terço da população do mundo e cerca de 15 milhões tem a doença clínica em algum momento da vida. A tuberculose mata aproximadamente 2-3 milhões de pessoas a cada ano, o que é maior que qualquer outra doença infecciosa bacteriana sozinha.O Brasil integra o grupo dos 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose registrados no mundo. Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, cerca de 6 mil pessoas morrem todos os anos no País em decorrência da tuberculose. Nos últimos anos, a média de detecção foi de 85 mil novos casos. Calcula-se que um novo doente infecta, em média, dez indivíduos antes de ser tratado. O Brasil apresenta 73% de índice de cura dos casos tratados e cerca de 12% de abandono do tratamento. Aproximadamente 8 milhões de pessoas em todo o mundo são coinfectadas pelo HIV e pela tuberculose. No Brasil, 8% dos pacientes com tuberculose também têm Aids. Os pacientes HIV positivos são mais susceptíveis à infecção pelo M. tuberculosis, já que a infecção depende do estado do sistema imunológico que está suprimido nesses pacientes. Subseqüentemente, aproximadamente 50% das pessoas com as duas infecções irão desenvolver a tuberculose clínica, e as taxas de reativação podem ser até 20 vezes maior que em pessoas não HIV positivas.O aumento de tuberculose deve-se a alguns fatores como: a dificuldade em tomar as drogas por tanto tempo; a falta de moradia, levando um grande número de pessoas a viverem em abrigos e a pobreza que dificulta a aquisição de medicamentos. O tratamento da tuberculose é prolongado, durando no mínimo seis meses, e na maioria dos casos não é necessária a hospitalização. O uso de medicamentos inadequados ou administrados irregularmente, ou em doses inadequadas é causa importante de não cura da doença. Além disso, com o tratamento inadequado, o microorganismo pode se torna resistente e eventualmente ser transmitido para outros indivíduos, sendo seu tratamento mais complexo e de custo elevado.Os principais medicamentos utilizados no tratamento da tuberculose são a izoniazida, rifampicina e pirazinamida. Após duas semanas tomando o medicamento não ocorre mais a transmissão. A prevenção da tuberculose consiste na vacinação infantil e na detecção e tratamento precoce das pessoas com tuberculose. BCG é a vacina contra a tuberculose feita com um tipo de bacilo semelhante ao bacilo de Koch, que permite ao organismo criar defesas contra a tuberculose, sem causar a doença. O BCG  é indicado para todas as crianças de 0 a 4 anos e é aplicada na pele do braço direito. A vacina contra a tuberculose faz parte das vacinas obrigatórias para as crianças no Brasil. Estima-se que o BCG ofereça proteção à criança por um período em torno de 10 anos.

Conclusão:
 

O Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia atribuído a Selman Abraham Waksman foi, certamente, muito merecido, uma vez que ele descobriu a estreptomicina, primeiro agente contra o bacilo de Koch, o qual é o causador da tuberculose. Mesmo que hoje o uso da estreptomicina esteja defasado e que existam fármacos mais potentes, tal substância teve um papel muito importante no passado, tendo em vista que contribuiu para o tratamento da tuberculose, doença a qual vitimou e ainda vitima milhões de pessoas todos os anos. Selman Abraham Waksman, um bioquímico especialista em microbiologia do solo destacou-se também pela publicação de alguns livros e centenas de artigos.

Bibliografia:

• Wikipédia ( Internet )
• Atlas, R.M., Principles of Microbiology, 1997.
• Secretaria de Vigilância de Saúde ( MS ).
• Penildon, Silva., Farmacologia, 2002, 6ª ed.
• www.abcdasaude.com.br acesso em 26 de abril de 2007.
• www.unb.br  acesso em 26 de abril de 2007.
• www.nobelprize.org  acesso em 01 de maio de 2007.
Orientador:
Jorge Alberto Salton
 

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