1949: W.R.HESS e EGAZ MUNIZ

09/10/2019
1949: W.R.HESS e EGAZ MUNIZ

Acadêmicos: 
Chayane Dedonatto
Diego Tarasconi

Emanuelle Gobbo.

 

RESUMO
O Prêmio Nobel de 1949 foi divido por dois grandes médicos e pesquisadores, o suíço Walter Rudolf Hess, e o português Egaz Moniz. Este, por praticar a lobotomia em doentes psiquiátricos, processo que consistia numa incisão profunda em fibras nervosas que ligam o lobo pré-frontal a outras regiões do cérebro, resultando, em teoria, no fim do comportamento anormal do paciente; aquele pelos incessantes estudos que resultaram na descoberta das funções do cérebro médio.
PALAVRAS-CHAVE: Prêmio Nobel de 1949, Walter Rudolf Hess, Egaz Moniz, cérebro médio, lobotomia.

ABSTRACT

The Nobel Prize of 1949 was divided by two great doctors and researchers, the swiss Walter Rudolf Hess, and portuguese Egaz Moniz. This one, practice lobotomy in psychiatric patients, which was a deep incision in the nerve fibers connecting the prefrontal lobe to other brain regions, resulting in the end theory of abnormal behavior; that one which  endless studies resulted in the discovery of the functions of midbrain.
KEYWORDS: Nobel Prize of 1949, Walter Rudolf Hess, Egaz Moniz, midbrain, lobotomy.

INTRODUÇÃO

Alfred Nobel, inventor de explosivos, em especial da dinamite, decepcionou-se ao ver seus experimentos sendo usados em ações bélicas já que sempre apoiou os movimentos em prol da paz. Temendo ser lembrado como o homem que tornara possível matar mais pessoas em um curto período de tempo, destinou sua grande fortuna à criação de uma fundação que deveria financiar, anualmente, cinco grandes prêmios internacionais. Dentre esses, deveriam ser homenageados cientistas cujas descobertas se destacassem em Física, Química, Medicina e Literatura; também, um prêmio para quem mais se empenhasse em prol da paz e amizade entre as nações. Anos mais tarde foi acrescentado o Prêmio para Ciências Econômicas.
Tanto Walter Ruldof Hess quanto Egas Moniz se destacaram  em suas pesquisas por inovarem no âmbito do sistema nervoso; este pela aplicação da lobotomia em seres humanos com doenças psiquiátricas, e aquele pela descoberta das funções do cérebro médio.

DESENVOLVIMENTO

Walter Ruldof Hess, um dos ganhadores do Prêmio Nobel em 1949, nasceu no ano de 1881, em Frauenfeld, Suíça. Graduou-se em medicina em Lausanne, Berna, Berlim, Kiel e Zurique, onde em 1806 obteve o grau de Doutor em medicina. Em 1912 iniciou os estudos em fisiologia na Universidade de Bonn, assumindo, cinco anos depois, a direção do instituto de fisiologia da Universidade de Zurique.
No ano de 1930 começou a desenvolver a metodologia de estimulação elétrica subcortical em animais sob efeito anestésico e não anestésico. Constatou que extensas zonas subcorticais apresentavam relações com funções motoras, principalmente em automatismos. Comprovou ainda, que haviam no cérebro circuitos complexos de organização de comportamentos que envolviam muitos grupos musculares, além do sistema nervoso autônomo, reproduzindo comportamentos emocionais bem conhecidos.
Atualmente, é considerado um gênio da estimulação subcortical por tê-la usada para investigar as bases neurais de comportamentos complexos. Faleceu em 1973 na cidade de Locarno, Suíça.
António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, primeiro português a receber o Prêmio Nobel, compartilhou-o com Walter Rudolf Hess no mesmo ano. Nascido em 1874 na cidade de Avanca, Portugal, de família aristocrata rural, Moniz formou-se em medicina na Universidade de Coimbra, lecionando anatomia e fisiologia. Em 1911 ocupou a cátedra de neurologia na Universidade de Lisboa. Jubilou-se no ano de 1944.
Além de médico teve um papel ativo na vida política, foi fundador do Partido Republicano Centrista. Também foi um notável escritor e autor de uma consagrada obra literária as quais se destacam “A nossa casa” e “Confidências de um investigador científico”.
Após longas experiências com raios-X conseguiu, pela primeira vez, dar visibilidade às artérias do cérebro, lançando mão de práticas precursoras da Angiografia Cerebral, tornando possível a localização de neoplasias, aneurismas, hemorragias e outras mal-formações no cérebro humano. Através dessas descobertas foi indicado ao Prêmio Nobel em 1928, sem sucesso. Prosseguiu com as nomeações de 1933, 1937, 1944, finalmente obtendo a coroada nomeação de 1949.
No final de 1935, em Londres, participara do 2° Congresso Internacional de Neurologia no qual assistiu a apresentação dos resultados obtidos da ablação bilateral do córtex pré-frontal de duas chipanzés pelo cientista Charles Jacobsen e com a colaboração de John Fulton. Demonstraram que após a lobectomia, a reação furiosa que se constatava anteriormente, quando as chipanzés procuravam comida e não a encontravam, desaparecia, levando a um comportamento calmo, destituído de picos emocionais. A partir desta experiência, Moniz desenvolveu no ano de 1936 a lobotomia - usada para tratar doenças mentais, epilepsia e até dores de cabeça crônicas que até então, eram tratadas, sobretudo, com choques elétricos e insulínicos – praticando-a em pacientes com doenças psiquiátricas graves, como a esquizofrenia. O processo consistia numa incisão profunda em fibras nervosas que ligam o lobo pré-frontal a outras regiões do cérebro através de orifícios feitos no crânio, resultando, em teoria, no fim do comportamento anormal do paciente .
Em um de seus raros momentos em que se ocupou publicamente das avaliações negativas do seu método, anunciou: “Quando pensei em alterar o circuito de influxos no encadeamento das células nervosas cerebrais, no propósito de modificar a vida psíquica dos alienados, meditei cerca de três anos sobre a ousada tentativa. Apenas Almeida Lima, colaborador constante dos nossos trabalhos de investigação, soube dos meus ainda mal esboçados propósitos e da base anatômica em que os firmava”.
No Hospital Julio de Matos foi fundado, em 1940, o Centro de Estudos Egas Moniz do qual era presidente.
Faleceu em Lisboa em 1955. Dezenove anos após sua morte, foi homenageado com uma estátua de bronze posicionada em frente ao Hospital de Santa Maria.    
    
CONCLUSÃO

O mapeamento funcional do cérebro foi induzido a partir de estudos seguintes aos de Hess, tendo contribuído não apenas para a neurologia e psiquiatria, como também em todas as áreas da medicina. 
 O médico que trouxe fama à lobotomia, Egas Moniz, apesar das críticas, defendia a aplicação do método somente em casos graves com risco de violência ou suicídio. Foi praticada em grande escala por inúmeros países, principalmente Japão e Estados Unidos. Cerca de 6% dos pacientes não sobreviviam à operação, e muitos ficavam com alterações de personalidade significativas. Por ser uma prática irreversível e agressiva, foi banida a partir dos anos 50. Época em que muito se investiu nos fármacos antipsicóticos. 
Apesar de algumas dessas idéias, atualmente, estarem em desuso, elas propiciaram uma alternativa terapêutica para a época e mereceram, com grande mérito, o prêmio mais almejado para aqueles que participam da comunidade científica.

BIBLIOGRAFIA

• http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_3523.html
• http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-69912008000400001&script=sci_arttext
• http://www.morasha.com.br/conteudo/ed32/premio.htm
• http://sadato.hypermart.net/weblog/egas_moniz_portugues_premio_no.html/04/2006
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Egas_Moniz
 

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