Personalidade Paranóide /7
Personalidade pode ser conceituada como o conjunto de características que definem uma pessoa. Em palavras mais simples: o jeito da pessoa, o jeitão dela. Sua maneira de ser, de agir, de se relacionar.
A personalidade é considerada alterada quando apresenta desvios importantes do modo como o indivíduo médio, em uma dada cultura, percebe, sente, pensa e se relaciona com os outros. O transtorno - Transtorno Específico de Personalidade - aparece já na infância ou na adolescência. Entretanto, o diagnóstico nunca é dado antes dos 16 ou 17 anos de idade.
São vários os Transtornos Específicos de Personalidade - leia no site o texto PERSONALIDADE DOENTE. Em um deles, denominado de Personalidade Paranóide, o indivíduo:
1. Duvida da lealdade e da confiabilidade de amigos e colegas.
2. Suspeita, sem fundamento, de estar sendo enganado pelos outros.
3. Interpreta significados ameaçadores ocultos em acontecimentos corriqueiros.
4. Não confia informações aos outros por temer que elas possam ser depois usadas contra si.
5. Não esquece ofensas ou desatenções guardando rancores para sempre.
6. Suspeita seguidamente, sem motivo, da fidelidade de seu parceiro amoroso.
7. Com facilidade se torna magoado e rancoroso ou até mesmo agressivo.
8. Em geral, é muito crítico com os demais. Por outro lado, é incapaz de aceitar críticas.
9. Tende a culpar os outros por suas dificuldades.
O portador de Personalidade Paranóide tem facilidade para aceitar ideologias negativas sobre determinados agrupamentos humanos. Tende a acreditar que os “males do mundo” são devido à determinados povos, raças, etc. Facilmente se integra a grupos religiosos ou políticos fechados e com grupos que compartilham de seu sistema de crenças paranóides.
Estima-se que a prevalência deste quadro varie de 0,5 à 2,5 %. Ou seja, numa população de 100.000 habitantes encontraremos de 500 à 2.500 indivíduos com Transtorno de Personalidade Paranóide. No Brasil, o número de Paranóides é no mínimo 900.000 e no máximo 4.500.000. Parece ser mais freqüente em homens.
A abordagem psicoterápica é dificultada. Com facilidade, tais pacientes passam a desconfiar do próprio terapeuta. E não existem medicamentos específicos ao tratamento dos transtornos de personalidade. Os medicamentos podem, no máximo, aliviar ansiedades, ajudar a dormir. Porém, a leitura paranóide permanece intocável. Suas suspeitas e desconfianças são, para ele, fatos verdadeiros.(Jorge Alberto Salton)