Filme/ Assim como os pássaros do amanhecer

Filme/ Assim como os pássaros do amanhecer

02/10/2019
Filme/ Assim como os pássaros do amanhecer

ASSIM COMO OS PÁSSAROS DO AMANHECER reune dois documentários já exibidos em vários congressos e escolas médicas do pais: FEDBACK POSITIVO e MIRANTE STRZELECKI.

FEEDBACK POSITIVO:  O MAL É FALAR MUITO NO MAL       

Procuro contar aos meus alunos os bons modelos e os melhores momentos revelados por médicos atuais e passados – sou professor de relação médico-paciente há trinta anos. Não é assim que se faz com o futebol? Se priorizássemos a divulgação não dos “melhores momentos” e sim dos piores continuaria ele sendo o esporte que mais admiramos?

Pesquisadores já fizeram levantamentos – Martin Seligman, Katherine Dahlsgaard, entre outros – sobre quais atributos pessoais consideramos dignos, éticos, formadores de um bom caráter: 1. Capacidade de estabelecer relacionamentos honestos, leais e tolerantes; 2. Ter boa empatia; 3. Gostar, amar as pessoas e a vida; 4. Agir de forma construtiva e querer sempre fazer o que é certo; 5. Ser inteligente e capaz sem deixar de ser humilde; 6. Revelar senso de dever e senso de justiça; 7. Ser um otimista e não um crítico.

Admiramos quem possui algumas das qualidades referidas e também aqueles que, não as possuindo, revelam vontade de tê-las e se esforçam para tanto.

Melhoramos com os bons exemplos, é lugar comum, mas, para tanto, precisamos que eles cheguem até nós. Quando muito se fala no mal, sobra pouco espaço para o bem. O hábito de muito criticar, de muito apontar os aspectos negativos gera desesperança e nada mais.

São os próprios políticos, citando-os como exemplo, que contribuem para a imagem exageradamente negativa que possuem: só falam mal uns dos outros. Quando debatem na imprensa, não reconhecem boas qualidades no oponente.

                Pergunto: por que os escritores das nossas novelas enchem-nas com personagens de mau caráter? Não se trata de propaganda as avessas do ser humano? E a propaganda não é a “alma” do negócio?

Se ao passar para meus alunos a “novela da medicina” eu priorizar os exemplos ruins, ao terminar a aula eles, e eu, veremos reforçadas nossas próprias maldades. Pois, o bem e o mal, outro lugar comum, não convivem dentro de nós?Ao contrário, como é aquietador escutar: “São muitos os homens bons”. “São inúmeras as boas mulheres”. E como faz bem ouvir, de vez em quando que seja, que nós também somos bons.

          Há muito sabemos que os bons exemplos nos fazem melhorar. Agora, há, inclusive, comprovação científica.

           Dan Ariely, pesquisador norte-americano, perguntou-se: “O que nos leva a fazer o certo?” E através de pesquisas chegou a algumas constatações. Cada um de nós tem um nível X de “capacidade” para fazer o errado. Há um Fator Pessoal de Enganação (FPE). O FPE aumenta ou diminui dependendo de como vemos alguém do nosso grupo agir. E também de como vemos nós mesmos agir. Quando temos um código de ética e nos recordamos dele, temos a tendência a agir melhor.

           Outra questão básica é a capacidade de empatia. Se eu não tenho capacidade de empatia, por que vou agir bem com os outros?

           As histórias contadas no documentário revelam, acima de tudo, capacidade de empatia. E fazem com que todos nos reunamos com o que há de mais humano em nossos conhecidos e em nós mesmos. E isso faz um bem...

 

 

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